Elder Pereira |
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
“Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das
Misericórdias e o Deus de toda consolação, que nos consola em toda a
nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiveram em
alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolado
de Deus” (2 Co 1.3-7).
Paulo dirige-se primeiro a Deus,
louvando-O enquanto reconhece que Jesus humilhou-se em sua encarnação, e
o chamou de Deus, como também de Pai. Visto que Paulo estava muito
transtornado por não encontrar Tito em Trôade (2 Co 2.13), ele precisava
de consolação, ou seja, encorajamento, incentivo, ânimo. A palavra
“consolação” e seus derivados aparecem dez vezes nos versículos 3 a 7
(num total de vinte e nove vezes em 2 Coríntios). Todas derivam da raiz
grega parakaleo, que tem a ideia de ajuda e encorajamento. Deus é a
fonte, e o doador de todo tipo de encorajamento e ajuda (Sl 103.2-5,13).
O
encorajamento de Deus vem primeiro à medida que reconhecemos que Deus é
o Pai de Jesus, que é o Cristo (O Messias, “ungido”) nosso Senhor e
Mestre. Este reconhecimento dever lembrar-nos que o amor de Deus enviou
Jesus a morrer por nós, enquanto ainda éramos pecadores (Rm 5.8,10),
mostra também que Deus é o Pai que está cheio de compaixão, como também o
Pai ( e a fonte constante) de todos os tipos de ajuda e encorajamento.
Podemos depender dEle em todos os nossos problemas, inclusive nas
aflições, sofrimentos, angústias mentais, dificuldades, até as
perseguições que surgem em nosso caminho. Mas Deus não nos consola para
deixar-nos à vontade, nem nos encoraja para fazer com que nos sintamos
bem.
Paulo sofreu muitíssimo (2 Co 11.16-29;12.10), mas sempre
estava pronto a encorajar os outros. Todos que nos cercam hoje têm
problemas, aflições e dificuldades. Os cristãos em muitas partes do
mundo sofrem tremenda perseguição. Deus nos ajuda e nos encoraja para
que ajudemos e encorajemos os outros. Ele quer que nos tornemos canais
do que recebemos dEle para outros crentes que tão desesperadamente
precisam de ajuda. Fazemos isto por meio da oração, e dos dons do
Espírito, prestando ajuda prática onde quer que seja possível. Deus não
quer que guardemos para nós o que temos recebido dEle. Da mesma forma
que Deus está ao nosso lado para nos animar até mesmo nas provas mais
difíceis, assim devemos estar ao lado dos que estão sendo provados.
Os
sofrimentos de Cristo terminaram quando Ele disse: “Está consumado” (Jo
19.30). Mas as mesmas atitudes que mandaram Jesus para cruz levaram os
incrédulos e os falos crentes causarem uma série de sofrimentos a Paulo e
seus companheiros, não só em Corinto, mas também na província romana da
Ásia (2 Co 1.8-9). Assim, ele podia falar da “comunicação de suas
aflições [dos sofrimento de Cristo]” Fp 3.10; Jo 15.20,21; At 14.22; Rm
8.17,18,36; Cl 1.24). Os sofrimentos eram equilibrados pela
transbordante consolação e encorajamento que vêm por meio de Cristo.
Paulo
e sua equipe suportaram todo esse sofrimento e aflição para ganhar as
pessoas para Cristo e fundar a igreja em Corinto. O que Paulo queria que
os coríntios soubessem era que Deus permite que coisas aconteçam para
levar-nos ao nosso extremo, até onde podemos suportá-las, a fim de nos
ensinar a confiar nEle. O Deus que ressuscita os mortos não nos
abandonará. Ele nos ama e quer que confiemos nEle, (2 Co 1.9).
Bibliografia: HORTON,Stanley. I e II Coríntios, pp.182-184, 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD,2003.
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